quarta-feira, 20 de junho de 2012

Nós no interior

Depois de ponderado decidimos viver no interior alentejano. Tudo corria bem, podiamos sair nos fins de semana, iamos a Lisboa frequentemente e não se notava muito o afastamento da "civilização". Foi depois do nascimento da nossa filha que tudo se complicou. Enquanto bebé tentamos proporcionar-lhe imensas experências, desde concertos para bebés, teatros, exposições, visitou o jardim zoológico e o oceanário mais do que uma vez , parques temáticos, enfim, aquilo que nos foi possível. Agora com 4 anos está inscrita no jardim de infância. E o que pode lá aprender? A que tem acesso a partir de agora? NADA! Além do dia-a-dia normal não existem aulas de música ou inglês, não tem aulas de ginástica ou dança ou seja aquilo que for. Eu não senti a diferença  quando cheguei à universidade mas já lá vão uns bons anos (argh...18!) e eram outros tempos. Hoje as crianças aprendem tudo mais depressa, mais cedo e uma criança que não aprende nada fica para trás e fará de certeza diferença daqui por uns anos quando tiver que frequentar o 3º ciclo fora daqui.
E isso sim faz-me pensar. Arrependo-me de ter ficado aqui. Qualidade de vida não é só ter a porta aberta sem receio e muito tempo de sobra, é ter oferta cultural, educativa, espaços verdes para passear e não apenas campo e passarinhos à janela.
O pior é que, de momento, não temos hipótese de vender a casa e "fugir". Há que aguentar e tentar continuar a proporcionar-lhe acesso à cultura em todas as suas vertentes nem que tenhamos que fazer 100 km por dia. Poderemos?

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