quarta-feira, 23 de maio de 2012

Os amigos

Estive a ler hoje no Público que as amizades, quando terminam, deixam marcas profundas e que estamos a deixar para os amigos o papel que antes cabia à família nuclear. Isto interessou-me porque há pouco tempo fui confrontada com o terminar de uma amizade de longa data sem explicação aparente. Deixei andar, pensei que talvez fosse a minha tendência para exigir demasiado às amigas, que o dia-a-dia nos suga tempo para dedicar aqueles de quem gostamos e que imaginamos sempre à espera de que precisemos de um ombro amigo. Deixei, contudo, arrastar a situação mais do que devia sem exigir uma explicação, sem ter uma conversa e agora parece-me despropositado mexer no assunto quando já se passaram meses desde a última vez que falamos. Para agravar esta situação, que já me havia magoado, a última vez que fui contactada pela pessoa em questão foi para me pedir um favor e a partir daí acabou. Ou seja, ficou a ideia que quando sirvo para alguma coisa ainda me reconhecem como amiga mas assim não me serve a mim. Eu entrego-me completamente tanto aos amores como às amizades, dou-me, faço esforços por manter-me em contacto, ligo, envio sms mas não desapareço e faço por deixar claro que, mesmo sem grandes alaridos, estou por aqui sempre. Perdi-a sem explicação, sem preceber porquê e andei todo este tempo a fingir que não me importava, que quem perdia era ela, se era esse o seu conceito de amizade não me podia magoar. Ao ler este artigo senti uma pontada. Sim, perder uma amizade deixa marcas profundas porque partilhamos um pouco de nós com os amigos e quando partem levam também um pouco da nossa vida. Espero que seja feliz e que saiba manter os seus amigos verdadeiros.  

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